Tempo de leitura: 4 minutos
Continuando a visita à região de Mariana, em Minas Gerais, seguimos para a maior mina de ouro aberta a visitação do mundo, a Mina da Passagem.
Você curte as dicas que postamos aqui no blog? Então segue o @vamostrilhar no Instagram agora pra acompanhar as nossas trilhas e viagens!
Os horários de funcionamento para visitação pública são segundas e terças-feiras de 09:00 às 17:00 e das quartas-feiras aos domingos de 09:00 às 17:00. É cobrada a taxa de visitação por pessoa (R$ 112,00 adultos e R$ 44,00 crianças de 06 a 12 anos), com pagamento somente em dinheiro.
Muitos exploradores de cavernas e minas, pesquisadores e mergulhadores visitam a Mina da Passagem, vale planejar sua visita.
História
A Mina da Passagem está localizada no Quadrilátero Ferrífero, um “oásis geológico” explorado por um conjunto de minas e jazidas de ouro e ferro. Apesar disso, poucas têm condições seguras para receber visitantes, sendo a Mina da Passagem uma das disponíveis.
Foi fundada no início do século XVIII e teve atividades muito reduzidas a partir de 1954, sendo extraídas aproximadamente 35 toneladas de ouro nesse período.
A exploração de minérios foi feita pelos ingleses com trabalho escravo, maquinário, explosões e bombas para controlar o nível da água.
Nos anos 70 o turismo passou a ser desenvolvido na Mina da Passagem e a extração de minérios encerrou em 1985.
Mina da Passagem
Após pagar o valor de entrada, é possível esperar para pegar o carrinho de trilho, ou trole. O carrinho foi puxado por um cabo de aço por 315 metros de extensão com até 120 metros de profundidade. Realmente dá para sentir um pouco da adrenalina misturada com filme de terror, sorte que sempre vamos acompanhados.
A temperatura do ar na Mina da Passagem pode estar confortável ou não, e é ideal caso acompanhada por guia local, explicando sobre a extração de ouro e a história das pessoas da mina.
Em menos de cinco minutos você desce do carrinho e visita algumas galerias. São incríveis, gigantes e intermináveis, afinal são 30 km de túneis. Algumas partes lembram antigas catedrais, com corredores imensos.
As paredes douradas brilham aos olhos, é pirita, conhecida como ouro de tolo, justamente por parecer ouro e enganar os desatentos. Andando poucos metros chega o lago natural que tem até 8 metros de profundidade, formado porque a mina chegou no lençol freático, segundo guias locais. Somente mergulhadores habilitados podem entrar.
Um mergulhador profissional que já mergulhou nesse lago da Mina da Passagem informa que é possível chegar até 90 m de profundidade, mas que a 20 metros viu vários materiais antigos em partes dessas galerias submersas, como picaretas, carrinhos, caixas de dinamite, entre outros. A visibilidade chega a 50 metros de profundidade, com temperatura por volta de 20° C.
O mergulho deve ser agendado, sendo que em dia de semana deve-se ter pelo menos quatro pessoas. Esse mergulho é cobrado (por volta de R$ 300,00 por pessoa para diária de mergulhos e serviços de lanche e carregadores). A operadora credenciada é a Divegold desde 1999, que ainda tem serviços de aluguel de equipamentos e cursos de mergulho.
Um altar com Santa Bárbara ou Iansã, esposa de Xangô (rei das pedreiras na cultura africana) reforçou a presença de escravos quando a Mina da Passagem estava em funcionamento. Com a santa presente e recebendo oferendas acreditavam proteger a mina de desabamento.
Após meia hora de visita pelas galerias retornamos para o carrinho, você pode passar na lojinha com artesanatos e pedras preciosas e no pequeno museu, que mantém o estilo rústico da mina.
Conversando com moradores da região escutam-se diversas lendas e contos, como dos “meninos de couro”, que os diversos buracos verticais em rochas foram aumentados na busca por ouro, que se acredita ainda abrigarem antigos mineradores. Acreditam que um fantasma ronda pelas áreas de mineração, o Capitão Jack, um cavaleiro inglês que ficou preso em área que foi explodida no século XVIII.
Alguns falam de cemitérios de antigos escravos que foram escavados em busca de tesouros enterrados com seus donos. Atiça a curiosidade, não?
Uma dica para visitar a Mina da Passagem com tranquilidade é evitar fins de semana e feriados, pois apesar do preço, são comuns as filas de espera para explorar essa mina desativada. A média é de 300 visitantes por dia.
Como chegar
A Mina da Passagem está entre Ouro Preto e Mariana. Chega-se de carro pela rodovia MG-262 até o estacionamento, que fica a cinco minutos de Ouro Preto, perto da entrada para a mina.
A cada 30 minutos sai ônibus da Praça Tiradentes de Ouro Preto para Mariana, que passa na Mina da Passagem. Segunda e terça-feira saem de 09:00 às 17:00, de quarta a domingo sai mais um às 17:30.
