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Acordamos às 06h40 com aquele misto de empolgação e nostalgia: seria nosso último dia no Jalapão, e logo após o passeio, seguiríamos direto para o aeroporto. Enquanto arrumávamos as malas, já sentíamos saudades do cerrado tocantinense, com seus tons dourados e verdes vibrantes.
O café da manhã das 07h30 na pousada mais sofisticada surpreendeu com opções regionais, como tapioca recheada com queijo coalho e suco de cajá, um contraste delicioso com os dias anteriores, marcados por simplicidade rústica.
Por volta das 08h40, partimos rumo às Cachoeiras da Roncadeira e Escorrega Macaco, a apenas 10 minutos de carro. A proximidade da pousada facilitou tudo, mas a ansiedade pelo rapel na Roncadeira já acelerava nossos corações.
Após recebermos as pulseiras de acesso e instruções, iniciamos a trilha de 1,5 km. A descida inicial, por uma calha de pedra que canaliza a água das chuvas, exigiu cuidado redobrado, especialmente carregando o Nicolas no colo. Mesmo com o desafio físico, seu riso ao apontar para as plantas e pedras exóticas do cerrado tornou cada passo leve.
A trilha, que pode ser feita em 20 minutos, revelou uma paisagem única: árvores retorcidas pelo tempo, bromélias coloridas e o canto de pássaros como o tico-tico-rei, símbolo da região.
Passamos rapidamente pela Cachoeira Escorrega Macaco, poupando-a para o retorno, e seguimos rumo à Roncadeira. Os 80 metros entre elas são um portal entre duas experiências distintas: a Roncadeira, com seus 70 metros de queda livre, é um convite à adrenalina, enquanto a Escorrega Macaco, com sua queda de 50 metros é uma obra-prima para contemplação.
O rapel de R$ 150 por pessoa foi o ápice do dia. Subimos até o topo da cachoeira por uma trilha íngreme, com trechos de corda que testaram nosso fôlego. No caminho, a GoPro decidiu pregar uma peça, mas, como num passe de mágica, voltou a funcionar exatamente no momento do rapel. Equipados com cadeirinhas e capacetes, fui o primeiro a descer.
A sensação de descer ao lado da cortina d’água, molhando o rosto com a névoa gelada, foi indescritível.
O instrutor nos desafiou a virar de cabeça para baixo para fotos épicas, e a descida de 7 minutos terminou em um poço cristalino, onde mergulhamos em êxtase.
O poço da Roncadeira é um oásis: áreas rasas para o Nicolas brincar e partes mais profundas. As bóias sinalizavam zonas de recuperação ambiental — lembretes de que o Jalapão, apesar de selvagem, é frágil. Violar esses limites não só prejudica o ecossistema, mas pode resultar em multas pesadas. Optamos por respeitar e, ainda assim, aproveitamos cada segundo.
Decidimos nos aventurar por trás da queda d’água, equilibrando-nos em um tronco submerso. A força da água nas costas foi uma massagem natural, mas a alegria durou pouco: uma chuva intensa nos surpreendeu.
Abrigados sob uma pedra, protegemos o Nicolas e rimos da situação, enquanto a floresta ao redor ganhava vida com o cheiro de terra molhada. Quando a chuva deu trégua, o vento gelado gerado pela queda d’água nos fez partir rapidamente, envolvendo o Nicolas em uma toalha como um pequeno guerreiro do cerrado.
Na volta, paramos na Escorrega Macaco, apenas para contemplação. O guia nos sugeriu não entrar nela pois podem cair pedras junto com a queda d’água e causar acidentes.
Enquanto nos trocávamos nos banheiros simples da entrada, compramos pulseiras artesanais feitas por comunidades quilombolas locais — uma lembrança que sustenta a economia da região. O Jalapão, ainda pouco explorado, é um tesouro que depende do turismo consciente.
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