Soroche: o que é o mal da altitude e como amenizar seus efeitos

Tempo de leitura: 10 minutos

O preparo para a subida do Vulcão Lascar - Atacama - Chile - Vamos Trilhar-min

Uma longa caminhada sempre exige cuidados necessários para que tudo saia bem. Mas imagine só uma aventura que ocorra em elevadas altitudes em que as pessoas não sabem quais os efeitos a altura pode ocasionar? 


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Muitos viajantes possuem receio ao ouvir falar do “soroche”, a famosa expressão latina que define o mal estar em cidades que estão muito acima do nível do mar. 

Mas você sabe o que, de fato, é isso? Quais as melhores dicas para não deixar com que isso atrapalhe a viagem? 

Confira, a seguir, alguns segredos que compartilhamos para que tudo corra da melhor maneira possível durante a viagem!

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O que é soroche?

Valle Nevados - Vamos Trilhar-min

Há pessoas que costumam dizer que o soroche é um mal das montanhas. Em muitas cidades de altitude elevada, há visitantes que se queixam da falta de ar, da sensação de náusea ou mesmo tonturas durante a expedição. 

E convenhamos, não é nada agradável que durante uma viagem as pessoas não estejam completamente dispostas para aproveitar tudo o que o local proporciona. 

Assim, em função dos elevados níveis de altitude, o ar torna-se cada vez mais rarefeito e para quem não está acostumado a sensação de cansaço e de coração levemente acelerado pode aparecer. 

Mas não se preocupe, pois com nossas dicas nada disso será suficiente para fazer com que sua programação seja menos emocionante.

Quais os principais sintomas do soroche?

Subindo a Pedra do Altar - Itatiaia - RJ - Vamos Trilhar-min

A partir dos 1000 metros de altitude já há pessoas que se queixam dos sintomas. Eu mesmo já senti algumas vezes o mal da montanha aqui no Rio de Janeiro, em cidades serranas, principalmente no Parque Nacional de Itatiaia, quando fiz as trilhas do Pico das Agulhas Negras e Pedra do Altar.

Em programações mais aventureiras como escaladas de picos, vulcões e trilhas em muitos países da América do Sul, continente em que muitas cidades se localizam nas alturas, há turistas que começam a expedição e percebem que no decorrer das atividades a falta de ar ou o cansaço começam a estar mais evidentes.

As más sensações provocadas pelo soroche não são instantâneas, por exemplo, desembarcar na capital chilena não lhe fará sentir falta de ar já de primeiro momento, pois o corpo leva um tempo até se adaptar com o ambiente e a partir de então alguns sintomas podem aparecer.

Entre eles, poderíamos citar que os principais são a falta de ar e dificuldade de respirar, insônia, sensação de cansaço, enjoo, náuseas e em alguns casos dores de cabeça ou tontura. 

Mas lembre-se, estas sensações não são comuns a todos os visitantes. E tranquilize-se: existem muitos cuidados que evitam e principalmente aliviam os sintomas durante a viagem nestes locais.

7 dicas para evitar o soroche

Para aclimatar o organismo, é recomendado fazer os primeiros passeios em regiões de baixa altitude. Não queira ir direto para o alto de uma montanha. No primeiro dia, ambiente-se, faça passeios leves. Depois, você vai fazendo aventuras mais elevadas. 

Feito isso, confira, a seguir, algumas maneiras muito eficazes para evitar e/ou amenizar os sintomas do soroche.

1. Foque em uma alimentação saudável

Não é suposto ter uma alimentação pesada em lugares de altitude elevada. 

Pensando no esforço que o corpo já precisará fazer para se adaptar a este ambiente, não é nada recomendável ingerir comidas pesadas a fim de evitar com que o organismo fique sobrecarregado e os sintomas apareçam. 

É verdade que viajar também é estar em contato com a gastronomia local, mas dê preferência sempre a produtos não industrializados e alimentos leves caso no seu roteiro esteja prevista a passagem por lugares mais altos. Também é recomendado evitar carne vermelha, pois leva mais tempo para o organismo processar este tipo de alimento.

2. Beba muita água e respire corretamente

A hidratação também é fundamental para amenizar os sintomas do soroche. Se você juntar o mal de altitude com pouca hidratação, vai se sentir muito mais fraco e potencializar seu mal-estar.

Outro ponto importante é respirar corretamente, puxando o ar pelo nariz e soltando pela boca. Prestar atenção para fazer respiração profunda, enchendo bem os pulmões — algo que não fazemos em nosso dia a dia corrido.

Durante a trilha do Vulcão Lascar, este foi o ponto em que o guia mais ressaltou pra gente. Focar muito em uma respiração correta, beber muita água e comer alimentos que tenham bastante água, como banana, por exemplo, ajudam muito.

3. Mantenha o passo desacelerado

É muito importante que durante a viagem, principalmente em trilhas, não se caminhe depressa. Isto porque como o coração em alguns momentos pode estar um pouco mais agitado em função do ar rarefeito, é necessário caminhar lentamente evitando qualquer tipo de desconforto. 

Prefira sempre calçados confortáveis e apropriados para caminhadas em locais áridos e com cristais de sal no solo como em muitas regiões do deserto do Atacama. Além disso, caminhar devagar não é nenhuma desvantagem, pois uma viagem bem aproveitada está bem distante de uma programação feita com pressa. 

Portanto, para evitar o soroche a palavra de ordem é desacelerar. Na descida do Vulcão, como queríamos chegar ao final logo, acabamos acelerando o passo e, foi batata, sentimos dor de cabeça depois.

4. Evite o consumo de álcool

É quase impossível se sentir bem após a ingestão de álcool em locais de altitude extrema. 

Há inúmeros relatos de pessoas que por não sentirem-se mal nos primeiros dias acabam cedendo aos deliciosos drinks e bebidas típicas com teor alcoólico e por conta disso acabam se sentindo mal posteriormente. 

Evite ao máximo ingerir bebidas alcoólicas, principalmente se houver em teu roteiro a passagem por programas que exigem cuidados como trekkings e escaladas que necessitam de preparo com antecedência. 

Vale ressaltar que na maioria das programações em cidades muito altas não há qualquer serviço médico que atendam a emergências por se tratar de lugares um pouco afastados das grandes cidades. 

5. Tome chá de Chachacoma

Por fim, uma dica muito apreciada pelas pessoas que vivem em regiões de altitudes elevadas é tomar o chá de Chachacoma, uma erva medicinal bastante comum em montanhas de Chile, Peru e Argentina.

É interessante perguntar no hotel ou pousada onde você se hospedar em que lugares pode comprar Chachacoma de qualidade. E não tem segredo: basta fazer a infusão e beber antes de sair passear e também levar um pouco em uma garrafinha para beber no caminho.

Como sua mãe sempre repetiu: remédio bom é remédio amargo. Logo, não espere que o chá de Chachacoma seja agradável ao paladar. 

6. Folha e bala de coca

Outra coisa que nos ajudou bastante na viagem foi ter folhas de coca para mastigar e balas de coca para adocicar a boca. Alguns locais nos falaram que não funciona tanto como prevenção, que ela é mais para quando você já está com sintomas e ingere em grandes quantidades continuamente. Na Bolívia, nosso guia ficava o dia inteiro com uma “bola” de folhas de coca dentro da boca. Foi assim durante toda a viagem para ajudar nos possíveis sintomas.

7. Diamox

Além dos itens anteriores, também tomamos durante toda a viagem o medicamento chamado Diamox, que ajuda a amenizar os efeitos da altitude. Mas, atenção: consulte seu médico antes de tomar este e qualquer outro remédio. Também não esqueça de ler a bula de como usar este remédio corretamente. Na primeira vez que utilizei não li bem, passei mal com outros sintomas antes de chegar ao Valle Nevado e depois ainda tive soroche durante o passeio.

Como tratar o soroche

Caso você se sinta mal, em muitos países da América do Sul é possível encontrar determinadas bombinhas de oxigênio caso você não esteja confortável. Entretanto, este é um recurso que deve ser utilizado com extremo cuidado e não deve ser usado com frequência, apenas em casos extremos. 

Atenção: este não é o caso da região do Atacama, não conseguimos encontrar em nenhuma farmácia que visitamos.

Além desta opção, há sempre medicamentos que evitam mal estar e podem ser encontrados em qualquer farmácia, mas estes medicamentos não atuam de forma a resolver o problema, apenas agem sobre os sintomas sendo que nos dias posteriores ou mesmo em instantes depois os incômodos possam voltar. 

Em suma, estar atento à alimentação, hidratação, respiração e cuidados com a caminhada — conforme apontamos anteriormente — são sempre os melhores aliados para tratar o mal de altitude.

Mal da altitude no Atacama

Laguna Miscanti - Lagunas Altiplânicas - Atacama - Chile - Vamos Trilhar-min

Por apresentar lugares com altitudes que chegam a ser maiores que 5.000 metros acima do nível do mar, como a escalada de vulcões, o programa chileno pode ser um grande desafio. De todos os lugares que visitamos por lá, o único que sentimos o mal da altitude foi o Vulcão Lascar, principalmente na descida onde a variação de altitude foi mais brusca.

Entretanto, com cuidados, a viagem pode ser muito bem aproveitada caso você siga todas as nossas dicas e não se descuide.

Mal da altitude em Uyuni

Foto em perspectiva pisando no Salar de Uyuni - Dia 3 - Bolívia - Vamos Trilhar

Não seria nada apropriado se sentir desconfortável neste paraíso de sal, portanto, não esqueça de levar consigo água (levamos 1 galão de 6 litros cada pessoa) e possíveis medicamentos que ajudam a amenizar os sintomas visto que a região também apresenta altitude elevada. 

Tenha sempre à mão um kit de primeiros socorros que sempre faz toda a diferença em regiões remotas como esta. 

Desta forma, não haverá soroche ou qualquer outro impedimento suficiente para retirar o encanto desta programação. Aproveite!

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