Viagem para Bali: Nusa Penida – Você precisa conhecer essa ilha

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As ilhas Nusa ficam bem próximas de Bali, são só cerca de 30km de distância e são somente acessadas por barcos. Nusa Lembongan, Nusa Ceningan e a maior de todas, minha favorita: Nusa Penida. Aparentemente a ilha é um santuário de pássaros, onde diversas espécies de Bali são protegidas. E também é considerado um dos melhores lugares para fazer mergulho das proximidades. Se eu pudesse, ficaria uma semana inteira nessa ilha só para poder explorar com calma todos os lugares que fui e que também deixei de ir em função do limite de tempo novamente.

Dia 6 – Nusa Penida

Antes mesmo de sair da Austrália, entrei em contato com diversas agências de turismo de Bali. Um dos mochileiros que acompanho com frequência e já esteve nessa ilha algumas vezes, comentou que esse é um lugar que você vai querer ter alguém para te levar a qualquer lugar. Por isso, entrei em contato com essas agências e não me arrependo de forma alguma. Inclusive, o preço que paguei poderia ter sido menor, mas com o serviço que nos ofereceram e pacote personalizado para a viagem, não tivemos nada a reclamar. Deu no total 1,5 milhões de rupias (R$365) por pessoa para tudo que vou contar para vocês nesse post e no próximo, cobrindo 2 dias ao redor das ilhas Nusa. Se quiserem o contato, podem me pedir por mensagem @wootsong e @vamostrilhar, mas o nome da empresa é Nusa Penida Aqua Blue e organizamos com eles tudo por WhatsApp.

Um motorista particular veio buscar eu, a alemã e a austríaca lá em Uluwatu bem cedo e nos levou até o porto em Sanur, que levou em torno de 1h ou até mais com uma distância de 30km. Já deu para perceber, né? Apesar da proximidade dos locais, sempre demora para se locomover ao redor da ilha.

Os funcionários dos barcos começaram a recolher todas as mochilas e bagagens dos passageiros e levar até o barco. Para entrar no barco, tem que ir pela beira da praia mesmo e entrar na água, mas não se preocupem, a água bate no joelho (tenho 1,77m). O mar estava bem calmo no dia, então o barco não balançou/pulou tanto como ouvi outros viajantes dizerem. Um pouco mais de uma hora depois, avistamos Nusa Ceningan, Nusa Lembongan, e finalmente chegamos à Nusa Penida. Descemos do barco e esperamos nossas mochilas na beira da praia, enquanto eles tiravam do barco.

O que eu gosto é que essas ilhas Nusas ainda não estão tomadas pelo turismo e inclusive, a infraestrutura local não é das melhores apesar de ter melhorando bastante nos últimos anos. São nesses lugares que realmente conseguimos experienciar o melhor que a natureza tem a oferecer.

Fomos direto para a praia “Crystal Bay” para pegarmos um barco e fazer um pouco de esnórquel. No caminho, vimos diversos penhascos muito bonitos  com uma água muito clara se chocando contra, e repito: MUITO clara. Também vimos grupos de golfinhos, tartarugas e muito mais.

Não contei para vocês, mas o nome do lugar que fomos fazer esnórquel se chamava “Manta Point” e vocês já devem imaginar qual é o motivo de termos ido até lá, certo? Exato! Arraias jamanta. A sub-espécie de Bali é conhecida como “Arraia Jamanta de Corais” e é a segunda maior de todas. Variando de 3m até 5,5m. Apesar do tamanho, são totalmente inofensivas e de certa forma, curiosas. O avistamento delas é muito comum em certos pontos da ilha, mas parecia que não iríamos vê-las. Li muitos relatos de pessoas que foram e não conseguiram encontrá-las. Ficamos procurando as arraias por mais de meia hora, movendo o barco ao redor da área até que um gigante resolve nadar em minha direção. Parecia que estava olhando nos meus olhos enquanto passava por baixo de mim (dava para tocar no animal praticamente de tão perto).

Depois disso, todos os mergulhadores resolveram seguir o pobre bichinho. O movimento de nado deles é muito lento, mas eles se movem muito mais rápido que humanos obviamente. Acredite, eu cansei muito nesse passeio. Resumindo: vimos umas duas ou três arraias. Ah, e se você realmente quer ir ver esses animais, tem um outro ponto chamado “Manta Bay” que fazem mergulho de cilindro para ver várias arraias dessas e peixes sol, os quais ainda tenho muita vontade de ir ver na natureza.

Voltamos de barco para “Crystal Bay” para mais uma sessão de esnórquel pelos corais coloridos de Nusa Penida repletos de pequenos peixes coloridos.

Saímos de Crystal Bay, fomos almoçar em um restaurante no meio da estrada e logo após, nos direcionamos ao segundo passeio do dia. A distância era curta, mas por conta das estradas de barro em péssimas condições, levamos mais de uma hora de carro. Chegamos a “Kelingking Beach”, que sinceramente foi a vista mais bonita com a cor de água mais clara que já vi na minha vida. A imensidão do penhasco junto com toda a beleza natural ao redor proporciona uma experiência que palavras ou imagens nunca conseguirão mostrar como realmente é.

Paramos em um mirante ao lado da atração principal que vale muito a pena conferir! A vista é demais e facilmente conseguimos ver várias arraias jamantas nadando lá do topo.

Mas é aí que começa a parte triste da viagem. Sentei a beira do penhasco para apreciar a vista e sem perceber, meu celular caiu do meu bolso penhasco a baixo. Não dei bola para o celular, mas sim para as fotos e lembranças que havia perdido. Confesso que me deixei afetar um pouco pelo ocorrido, mas de qualquer forma, não deixei de aproveitar se quer um segundo da viagem. Não tínhamos muito tempo para fazer a trilha e descer até a praia que leva em torno de 30 a 45 minutos. O caminho estava bem danificado e não era totalmente seguro. Infelizmente, deixamos de fazer essa trilha, mas nada deixou a desejar, nem mesmo as próximas visitas do dia. Nos levaram até “Broken Beach”, que muitos anos atrás era uma caverna. Hoje, essa caverna perdeu o seu “teto”, formando um círculo e uma ponte natural com águas e rochas belíssimas como vocês podem ver.

5 minutos de caminhada depois, chegamos a famosa “Angel’s Billabong”. Uma “infinity pool” totalmente natural. Agora, que fique claro que o acesso é através de rochas muito afiadas, então se vocês tiverem um tênis que podem usar pra ir até lá, recomendo. Outra coisa, se a maré estiver alta, o local acaba se tornando um pouco perigoso, uma vez que, ondas quebram na costa e invadem o local, jogando as pessoas contra as pedras pontiagudas. Demos a sorte com a maré e pudemos desfrutar do melhor que o local tem a oferecer.

Finalmente chegamos a nossa acomodação, que por sinal era muito boa, e descansamos um pouco. Ok, vocês lembram de toda a história com meu celular, né? Saí do banho e as duas meninas que estavam comigo vieram me perguntar por que que eu tinha postado uma foto da alemã no meu Instagram e um monte de propaganda de serviços locais de turismo. Minha resposta foi: “alô, meu celular caiu do penhasco, vocês se lembram disso?”. Mandamos mensagem para meu Instagram e aparentemente, um grupo de locais viu o celular a uns 6-7m de onde ele caiu. Arranjaram cordas e conseguiram recuperá-lo.

Me entregaram o celular no dia seguinte às 5 horas da manhã já que começaríamos o dia bem cedo. Dei 500.000 Rp (R$120) para eles por toda a função e em forma de agradecimento. Melhor que perder tudo e comprar um novo, certo? Além disso, por incrível que pareça, o celular não tinha um arranhão se quer! Assim como na ilha principal de Bali, todas pessoas que conhecemos ao redor da ilha eram muito amigáveis e de bom coração como vocês podem ver!

Fomos a um bar/restaurante com música ao vivo e o nosso guia era um dos integrantes da banda que tocava lá. No fim, eu e as meninas nos juntamos a eles pelo resto da noite, cantando todos juntos.

Eu imagino que vocês já devem ter ouvido falar sobre andar de scooter no sudeste asiático. Existem muitos relatos na internet e de amigos próximos sobre a polícia de Bali parando qualquer turista e dando um jeito de extorquir dinheiro. Não deixem de andar de moto… é um dos “highlights” de viajar por lá e explorar o local. Só se certifiquem que vocês estão usando capacete e possuem a carteira internacional apropriada. Como eu não queria arriscar e tinha meu dinheiro contado, resolvi andar de moto em Nusa Penida por ser tão remota e não ter presença desses corruptos das áreas mais populosas da ilha principal de Bali.

É, como vocês viram e eu disse no último post, foi um dia bem longo cheio de coisas pra fazer, ver e explorar! Se vocês tiverem tempo, não deixem de conferir a praia “Atuh Beach” do outro lado da ilha, com seus penhascos, casa na árvore e pôr do sol. Também tem uma trilha para uma cachoeira chamada “Peguyangan”, mas os locais disseram que é longa e muito perigosa. Fica ao critério de cada um, mas eu gostaria de ter visitado esses outros dois lugares. Pelo jeito, fica para a próxima, né?

No dia seguinte, sairíamos bem cedo para as ilhas vizinhas: Nusa Lembongan e Nusa Ceningan. Ah, e mais um pouco de Ubud também para variar um pouco! Mas essa história fica para o próximo post!